domingo, 27 de setembro de 2009

Neste post, uma matéria minha publicada na edição 445 (outubro, 2009), da revista Planeta. Ainda não está no site da revista, mas arquivei, em PDF, no Google Docs.

AS DUAS AMAZÔNIAS
Uma real, a outra fantasia

Motosserras, fogo, tratores, soja, patas de bois, asfalto, desconhecimento, falta de investimentos. Os problemas da Amazônia são muitos. Mas, paradoxalmente, poucas regiões do planeta têm tanta simpatia e tantos defensores. Ao redor do mundo, dezenas de reuniões, seminários, congressos e eventos são realizados sobre a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia. E aí está outro problema. A maior parte dessas discussões é feita além das fronteiras da região, por pessoas que não vivem lá. Para piorar, o próprio Estado brasileiro não tem uma política clara para aquele vasto território.
Quem é da região considera que toda essa discussão já deu o que tinha de dar e não leva a nada. “Estou cansado da Amazônia”, diz o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), Odenildo Sena. “Para ser mais preciso, confesso-me cansado da interminável dízima periódica que reverbera esse nome em meus ouvidos. Para ser mais objetivo ainda, tornei-me intolerante com o uso em vão do nome Amazônia, sempre associado à condição de região estratégica para o Brasil e o mundo.” Leia mais...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Matéria minha publicada na Revista Problemas Brasileiros:

Evolução, nova era para a biologia

Há 200 anos nascia Charles Darwin,
cuja teoria revolucionou o estudo dos seres vivos

EVANILDO DA SILVEIRA

"Nada em biologia faz sentido a não ser sob a luz da evolução." Essa frase do biólogo e geneticista ucraniano Theodosius Dobzhansky (1900-1975) dá bem a medida da importância da teoria da evolução das espécies. Elaborada pelo naturalista britânico Charles Darwin, ela é tema central de seu livro A Origem das Espécies, cujo lançamento completa 150 anos no dia 24 de novembro – em 2009 também se comemoram os 200 anos de nascimento do cientista. A obra foi devastadora para a crença de que o ser humano teria origem sobrenatural e ocuparia um lugar especial na história da vida sobre a Terra. Ao contrário, o naturalista demonstrou que todos os seres vivos, dos mais simples aos mais complexos, incluindo o homem, descendem de um ancestral comum e, portanto, são parentes entre si.
Foi uma revolução. "O livro abriu uma nova era para a biologia e para a humanidade", explica a professora de biogeografia Claudia Helena Tagliaro, da Universidade Federal do Pará (UFPA). "A partir dali foi possível entender que todos os seres vivos fazem parte de uma mesma grande árvore ramificada." De acordo com o professor de filosofia Gustavo Caponi, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), "a obra de Darwin assentou as bases para uma reconstrução científica da história da vida. Com ele, surgiu uma ciência onde antes havia somente espaço para especulação." Leia mais...