sábado, 5 de novembro de 2011

Matéria para a revista Problemas Brasileiros, edição 406, de set/out de 2011.

A fórmula da boa imagem
Profissionais do setor químico procuram
melhorar reputação de uma ciência mal-amada
EVANILDO DA SILVEIRA


Dentre todas as ciências, sem dúvida a química é a que tem a pior reputação. Para muitas pessoas, ela está associada a armas de destruição em massa, poluição, produtos perigosos ou a alimentos que fazem mal. Sem falar que é o terror dos estudantes, que veem nela uma matéria difícil, cheia de fórmulas e cálculos impossíveis de entender e resolver. Como se não bastasse, ainda perde em popularidade para os grandes projetos e descobertas nas áreas de física, biologia, medicina. Com o objetivo de melhorar a imagem dessa área do conhecimento e ressaltar seu lado “mocinho”, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac, na sigla em inglês) estabeleceram 2011 como o Ano Internacional da Química (AIQ). As comemorações incluem uma série de eventos pelo mundo – no Brasil haverá seminários, exposições itinerantes e lançamentos de livros e outras obras.A realização do AIQ começou a ser articulada em 2006, durante uma reunião do Comitê Executivo da Iupac. Dois anos depois, a 63ª Assembleia Geral da ONU estabeleceu que a comemoração deveria ocorrer em 2011. Seu lançamento oficial, com o tema “Química para um Mundo Melhor”, ocorreu no dia 27 de janeiro deste ano, na sede da Unesco, em Paris. No Brasil, o AIQ foi lançado em 23 de março passado, na Academia Brasileira de Ciências (ABC),no Rio de Janeiro. Outros cerca de 60 países também terão uma extensa programação para marcar o AIQ. Os objetivos são semelhantes em todos eles. “A meta é conscientizar a população mundial sobre a importância da química em nossa vida, além de estimular o interesse entre os jovens por essa ciência, fundamental no desenvolvimento sustentável da humanidade”, explica Claudia Rezende, tesoureira da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) e coordenadora do evento no Brasil. Leia mais...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Na semana passada, de 11 a 15 de julho, cobri a 63ª Reunião Anual da SBPC para a própria SBPC.

O bullying além da escola

O bullying, uma forma de violência entre alunos, tem causas que vão além do ambiente escolar e está criando uma cultura do medo nos colégios. Essa foi uma das principais conclusões da mesa redonda Bullying: diferentes olhares, realizada ontem durante a 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), evento que está ocorrendo nesta semana na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. Ao longo de mais de duas horas, o psicólogo clínico Josafá Moreira da Cunha e a mestre em educação especial Ana Carina Stelko-Pereira aprensentaram e discutiram vários aspectos do fenômeno.
Para Cunha, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o bullying está ligado às transformações pelas quais passou a escola nas últimas duas décadas. “O sistema educacional brasileiro cresceu muito nesse período”, disse. “Não deu tempo para as escolas treinar seus professores para lidar com a violência. Além disso, ela não conseguiu melhorar sua estrutura e ambiente físico nem investir na qualidade das relações.” Leia mais...
Na semana passada, de 11 a 15 de julho, cobri a 63ª Reunião Anual da SBPC para a própria SBPC.

Com um discurso contundente, Helena Nader
abre a 63ª Reunião Anual da SBPC

Um público de cerca de 2.000 pessoas assistiu ontem à noite, a abertura da 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre até sexta-feira, na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. Num discurso contundente, a presidente a entidade, Helena Nader, chamou a atenção para fatos “que estão por acontecer, ou que já estão acontecendo, e que poderão causar sérios transtornos ao nosso sistema de produção científica e tecnológica e implicar prejuízos ao País e sua população”. Entre eles, ela citou a ausência da comunidade científica nas discussões do novo código florestal, a lei que permite a contratação de professores sem pós-graduação para o ensino superior e o corte de verbas do Ministério de Ciência e Tecnologia.
Entre outras autoridades, participaram ainda da cerimônia de abertura da reunião da SBPC, realizada no auditório do Centro de Cultura e Eventos da UFG, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e o reitor da UFG, Edward Madureira Brasil. Como ocorre todos os anos, o evento também homenageou pesquisadores por suas contribuições à educação e ao conhecimento científico. Dessa vez, os homenageados foram a professora Amélia Hamburger, conselheira da SBPC, recentemente falecida, pela sua luta prol da democratização do País e pelos avanços da ciência brasileira, e o professor Jofre Marcondes de Rezende, pelas contribuições à UFG e à medicina do País. Leia mais...

domingo, 17 de julho de 2011

Outra matéria minha publicada numa edição especial da Superinteressante, de maio de 2011.

Começo e recomeço
Para os hindus, a história é um grande círculo,
em que todo fim embute um novo tempo
TEXTO EVANILDO DA SILVEIRA

No cristianismo e em outras religiões ocidentais, o tempo é linear. No hinduísmo, há uma concepção cíclica do tempo. Como em um círculo, a vida e o mundo nunca acabam de fato. “Em geral as concepções religiosas de origem védica sustentam a eternidade do mundo e do universo. E os finais, que existem, são apenas novos recomeços”, explica o professor Edgard Leite, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), especialista em religiões da Índia. “O ‘mito do eterno retorno’ é característico das tradições religiosas e filosóficas indianas, assim como de muitos sistemas antigos. Na Índia, tudo sempre recomeça. Por exemplo, o grande destruidor, o deus Shiva, é, ao mesmo tempo, um grande construtor.” Lei mais...

sábado, 4 de junho de 2011

Matéria minha publicada numa edição especial da Superinteressante, de maio de 2011.

Existe uma data para o fim do mundo,
mas faltou combinar com os maias
Evanildo da Silveira
Pela enésima vez o mundo tem data para acabar. Na próxima, o fim dos tempos está marcado para o dia 21 de dezembro de 2012. Era o que deveria ter acontecido no ano 1000 e depois em 2000 e em várias outras datas ao longo da história da humanidade. Mesmo que todas as previsões anteriores tenham falhado – tanto que você está lendo este texto – novas não param de aparecer. A base para elas são variadas e diversas, mas quase sempre se apóiam em lendas e mitos de povos antigos. A da hora teria sido feita pelos maias, civilização que floresceu na chamada Mesoamérica – região que hoje abrange os atuais México, Guatemala, El Salvador, Honduras e Belize – entre os séculos 2 e 9.
A ideia de que o mundo vai acabar no ano que vem é um fenômeno mundial e tem gerado discussões pelo planeta afora. Zilhões de páginas impressas e bytes tratam do assunto. São livros, artigos, reportagens, vídeos, blogs, sites e até uma megaprodução hollywoodiana – o filme-catástrofe 2012, que chegou às telas em 2009. A obra foi dirigida por Roland Emmerich, que tem em seu currículo filmes como Independence Day (1996), Godzilla (1998) e O Dia Depois de Amanhã (2004). Ou seja, o fim dos tempos parece ser ideia fixa do diretor. Baseado numa suposta previsão feita pelos maias, o enredo do filme é de assustar. Na trama, o núcleo da Terra é bombardeado por neutrinos, partículas sem massa oriundas do centro do Sol, o que faz com que ele se aqueça de forma rápida
e anormal. Isso provoca um deslocamento da crosta terrestre, levando a consequências apocalípticas. O estado americano da Califórnia, por exemplo, é jogado no Oceano Pacífico; o supervulcão adormecido de Yellowstone, também nos Estados Unidos, entra em erupção; grandes terremotos sacodem o planeta e vários megatsunamis varrem do mapa cidades costeiras, como o Rio de Janeiro. Leia a matéria completa clicando aqui, aqui, e acolá.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Matéria minha publicada numa edição especial da Superinteressante, de maio de 2011.
A fracassada profecia de Nostradamus
EVANILDO DA SILVEIRA
Para o vidente mais famoso da humanidade,
a Terceira Guerra Mundial chegaria em 1999

Se houve alguém que passou por este planeta e cujo nome é sinônimo de vidência, profecia e capacidade de prever o futuro, esse alguém é Nostradamus. Não há nenhum grande acontecimento histórico a partir de seu tempo que ele não tenha supostamente profetizado. Entre eles estão, por exemplo, o aparecimento de Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler, os dois primeiros anticristos – o terceiro ainda está por vir –, as bombas atômicas lançadas pelos americanos sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, a dissolução da União Soviética, os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 em Nova York e a próxima Guerra Mundial. Michel de Nostredame, conhecido por seu nome latinizado de Nostradamus, nasceu em Saint-Rémy-de-Provence em 14 de dezembro de 1503 e morreu em Salon-de-Provence, ambas localidades da França, em 2 de julho de 1566. Foi farmacêutico e médico que praticava a alquimia, como muitos de seus colegas da época, mas entrou para a posteridade graças a sua suposta capacidade de prever o futuro. Ganhou reconhecimento em vida, sendo convocado pela rainha da França, curiosa sobre a previsão da morte de seu marido. Seus feitos são citados às mancheias. Conta a lenda, por exemplo, que em certa ocasião ele viajava pela Itália quando cruzou com o monge Felice Peretti. Para assombro do religioso e dos que presenciaram a cena, Nostradamus teria se ajoelhado e dito: ajoelho diante de Vossa Santidade. Anos depois, em 1585, o monge tornou-se papa Sisto V. Leia mais...

sábado, 28 de maio de 2011

Matéria minha publicada numa edição especial da Superinteressante, de maio de 2011.
Terremotos, fogo do céu, pragas,
fome e cenas apavorantes na hora final
EVANILDO DA SILVEIRA
“Eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação, e também no Reino e na constância em Jesus, encontrava-me na ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus. No dia do Senhor, entrei em êxtase, no Espírito, e ouvi atrás de mim uma voz forte, como de trombeta, a qual dizia: ‘O que vês, escreve-o num livro e envia-o às sete igrejas’.” Assim começa um dos relatos mais fantásticos e terríveis da literatura universal: o Apocalipse, o último livro da Bíblia, escrito provavelmente por João, um dos quatro evangelistas – os outros são Mateus, Marcos e Lucas –, por volta de 95 d.C., na pequena ilha grega de Patmos, no mar Egeu.
As visões descritas pelo profeta são aterradoras. Um filme de terror tendo como tela de projeção o céu. Há personagens assustadores, como quatro cavaleiros espalhando fome, guerras e peste. Um deles, esverdeado, chamado “a Morte”, vinha acompanhado da “morada dos mortos”. E anjos, muitos anjos, alguns tocando trombetas, anunciando castigos e catástrofes. E trovões, clamores, relâmpagos e terremotos. E cenas apavorantes: “E caíram sobre a terra granizo e fogo misturados com sangue”; “uma grande montanha ardendo em chamas foi lançada no mar. A terça parte do mar transformou-se em sangue”; “e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha”.

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