quinta-feira, 29 de julho de 2010

62ª Reunião Anual da SBPC

Acidentes com serpentes matam 4,4 mais que a dengue
Por Evanildo da Silveira

Todos os anos, cerca de 2,5 milhões de pessoas são picadas por cobras no mundo, das quais de 85 mil morrem (4,4 vezes mais do que as 19 mil mortes causadas pela dengue) e 250 mil ficam com sequelas. Por causa disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu, no ano passado, os acidentes com serpente na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN), da qual fazem parte outras 14 enfermidades. A medida é um avanço, mas deveria ter sido adotada antes, na opinião da pesquisadora Denise Tambourgi, do Instituto Butantan, que apresentou, hoje (27/07), a conferência Acidentes por animais peçonhentos: doença negligenciada afetando países em desenvolvimento, durante a 62ª Reunião Anual da SBPC – evento que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência realiza até 30 de julho no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal (RN).
Para a especialista, essa demora é uma questão para reflexão. “Por que os acidentes com serpentes, uma enfermidade que causa enorme sofrimento e mata centenas de milhares de homens, mulheres, crianças, a cada ano, não foi incluída há mais tempo na agenda global de saúde?”, indagou. “Nenhuma outra doença de importância similar é tão intimamente associada a condições de pobreza em ambientes rurais e ao trabalho na agricultura”. Leia mais...

62ª Reunião Anual da SBPC

Ministro da C&T assina, na reunião da SBPC,
autorizações para o lançamento de editais
Por Evanildo da Silveira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar ainda nesta semana a liberação pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) de cerca de R$ 173 milhões, para o lançamento de mais 10 editais de pesquisas em Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs). As autorizações para o lançamento dos editais foram assinadas pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Machado Rezende, na abertura da 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), ocorrida ontem à noite em Natal (RN). Com o novo valor liberado, os recursos disponíveis em 2010 para editais da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) somam agora cerca de R$ 865 milhões.
Desse total, a Finep está autorizada a lançar editais no valor total de R$ 335 milhões, além de uma chamada pública para concessão de Subvenção Econômica para empresas de R$ 500 milhões. Os outros R$ 30 milhões são por conta do CNPq. Entre as áreas contempladas pelos novos editais estão recursos hídricos, construção naval e transporte aquaviário. Somadas as ações em curso e novas da Finep em 2010, implementadas por meio de editais e ações diretas (encomendas) para as ICTs, chegam a R$ 1,4 bilhão. No caso do CNPq, essa quantia totaliza R$ 913 milhões. Leia mais...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

62ª Reunião Anual da SBPC

Estou cobrindo a 6ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada nesta semana em Natal. Cidade que, orgulham-se os natalenses, tem 357 dias de sol por ano. Pois nesta semana está chovendo por aqui. Abaixo a primeira matéria que fiz, para o site da própria SBPC:
SBPC defende institutos de pesquisas como entidades
principais para o desenvolvimento tecnológico do país

O Brasil precisa de um modelo de desenvolvimento que faça a aliança entre o conhecimento científico e a economia, no qual a ciência realmente seja projetada nas atividades econômicas e que leve benefícios mais direta e mais rapidamente à sociedade. A ideia foi defendida pelo presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, durante a abertura da 62ª Reunião Anual da entidade, ocorrida ontem à noite, em Natal (RN). Para isso, ele considera imprescindível o fortalecimento dos institutos de pesquisa, que são os entes mais apropriados para fazer a intermediação do conhecimento científico com o sistema produtivo.

Raupp ressalvou, no entanto, que as universidades não devem ser menosprezadas nesse processo. “Naturalmente que as universidades são parte importante no sistema que contempla a ciência como fator de geração de riqueza”, explicou. “Não podemos nos esquecer, porém, que o papel fundamental da universidade é a formação de profissionais qualificados, para satisfazer às diversas demandas da sociedade, além da realização de pesquisa científica que contribua para a evolução do conhecimento em suas mais diferentes áreas.” Para o presidente da SBPC, em resumo, a universidade tem de estar sempre pronta para interagir com os grandes desafios do pensamento e promover e disseminar o conhecimento. Leia mais...

sábado, 3 de julho de 2010

Biotecnologia: Transgênicos

Matéria minha publicada na edição 399, de maio/junho de 2010, da revista Problemas Brasileiros.

As fábricas vivas de medicamentos
Cresce o uso de animais transgênicos
para produção de remédios
EVANILDO DA SILVEIRA

Camila e Tinho, trangênicos
Em 2008, chegou às prateleiras das farmácias da Europa o primeiro medicamento produzido graças à utilização de animais transgênicos. Trata-se do ATryn, nome comercial da nova droga, indicada para tratar o tromboembolismo (ou trombose), doença provocada pela formação de coágulos no interior dos vasos sanguíneos. O antitrombótico é fabricado pela empresa americana Genzyme Transgenics Corporation (GTC) e distribuído pela dinamarquesa LEO Pharma para toda a Europa e o Canadá. É o resultado pioneiro de uma nova tecnologia – no caso, uma biotecnologia –, a transgenia, que começa a se consolidar no mundo todo, inclusive no Brasil. Pelo menos dez grupos de pesquisa no país estão criando cabras, vacas, galinhas, camundongos e até peixes transgênicos para a produção de medicamentos, o desenvolvimento de doenças humanas em animais para pesquisas ou o melhoramento genético de espécies de interesse econômico.
Transgenia nada mais é do que a inserção no genoma de um organismo, por meio de técnicas de engenharia genética, de um ou mais genes de outro indivíduo, que pode ser da mesma ou de espécie diferente da do receptor. Com essa tecnologia é possível, por exemplo, introduzir genes de porcos em seres humanos ou de vírus ou bactérias em plantas. Aquele que recebe o gene adquire características que antes não tinha. O uso dessa tecnologia começou em 1982, quando pesquisadores americanos das universidades de Washington, Pensilvânia e Califórnia produziram um camundongo (Mus musculus) que tinha o gene do hormônio de crescimento de um rato (Rattus rattus), que é uma espécie diferente. Como resultado o camundongo cresceu mais que o normal.
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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Engenharia da Computação

Matéria minha publicada na edição impressa 172, de junho de 2010, da revista Pesquisa Fapesp.
Código vegetal
Um sistema para identificação
automática de frutas e legumes
Evanildo da Silveira

© montagem sobre fotos de eduardo cesar
O tempo gasto pelo caixa de um supermercado de Campinas para localizar numa lista impressa os códigos referentes a frutas e legumes chamou a atenção do professor de ciên­cia da computação Anderson de Rezende Rocha, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Enquanto os produtos com códigos de barra em suas embalagens eram registrados rapidamente, a identificação daqueles vegetais atravancava o andamento da fila. Surgiu ali a ideia de desenvolver um sistema capaz de distinguir esse tipo de produto vendido a granel, difícil de ser identificado pelo leitor eletrônico do caixa porque não possui um código.
A solução encontrada por Rocha em conjunto com os pesquisadores Daniel Hauagge, Jacques Wainer e Siome Goldenstein, também do Instituto de Computação da Unicamp, foi desenvolver um sistema, com uma câmera instalada sobre a balança do caixa, para analisar imagens do produto a ser classificado. A invenção leva em consideração diversos tipos de informação, como, por exemplo, cor, forma, textura, silhueta, aparência de frutas e legumes, e combina-os de maneira a criar um discriminador poderoso para cada um desses produtos. O software desenvolvido por eles é capaz de diferenciar os vários vegetais a partir da combinação de características de cada um. Leia mais...