domingo, 12 de dezembro de 2010

Matéria minha publicada na edição 458, de novembro de 2010, da revista Planeta.

O avanço implacável da desertificação
Cerca de 25% da massa terrestre sofre com a degradação
dos solos em zonas áridas, um processo que prossegue
em ritmo constante e hoje ameaça a subsistência
de mais de um bilhão de pessoas. O assunto
já se tornou prioridade em várias partes do mundo
Evanildo da Silveira

A cada ano, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 6 milhões de hectares de terras (ou 60 mil km², área que equivale a duas vezes a da Bélgica) se tornam improdutivos e caminham para se transformar em deserto. Como resultado desse processo, há perdas anuais de 24 bilhões de toneladas da camada arável, o que influi negativamente na produção agrícola e no desenvolvimento sustentável. Por isso, já existe consenso em nível internacional de que esse é o maior problema econômico, social e ambiental em várias regiões do mundo.
Os números justificam essa ideia. De acordo com a ONU, a degradação já afeta 3,6 bilhões de hectares, somando 25% da massa terrestre, o que ameaça a subsistência de mais de um bilhão de pessoas em cerca de 110 países. Na região subsaariana da África, por exemplo, de 20% a 50% das terras estão degradadas, prejudicando mais de 200 milhões de pessoas. A situação também é grave na Ásia e na América Latina, somando mais de 516 milhões de hectares. Em todo o mundo, a extensão territorial onde ocorrem secas aumentou mais de 50% durante o século 20. Leia mais...

sábado, 4 de dezembro de 2010

Matéria minha publicacada na edição de novembro Revista da Indústria, da Fiesp:
Pequenos gigantes
Congresso da micro e pequena indústria
promoveu debates sobre temas estratégicos e ofereceu
Sala de Crédito e de Capacitação para empresariado

A revisão do limite do faturamento das empresas para a inclusão no Simples Nacional, a necessidade de uma reforma tributária e as dificuldades impostas às micro e pequenas indústrias (MPI) pela substituição tributária – mecanismo adotado por alguns estados, entre os quais São Paulo, que transfere o recolhimento do ICMS para o início da cadeia produtiva, ou seja, para o fabricante – foram alguns dos principais temas discutidos durante o 5º Congresso da Micro e Pequena Indústria, organizado pelo Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria (Dempi) da Fiesp e realizado no dia 14 de outubro, no Hotel Renaissance, em São Paulo. Leia mais...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Matéria minha publicada na edição nº 402, nov/dez 2010, da revista Problemas Brasileiros.
De olho no mar
País amplia investimentos em estudos sobre o oceano,
mas ainda há muito a conhecer e explorar
EVANILDO DA SILVEIRA
Arte PB
Não há como negar a importância do mar ao longo da história do Brasil. Foi por ele que chegaram seus descobridores e, mais tarde, os invasores, franceses e holandeses. Hoje, é a via de acesso de 95% de seu comércio exterior e o lugar de onde provêm 85% do petróleo que move a economia do país – 1,9 milhão de barris por dia, volume que deve aumentar com a produção da camada pré-sal. Não é de estranhar, portanto, que essa porção do território nacional venha recebendo cada vez mais atenção, tanto do governo como das instituições de pesquisa e de órgãos militares. Na verdade, nunca foram investidos tantos recursos em estudos oceanográficos – insuficientes ainda, vale ressaltar, uma vez que o Brasil pouco conhece e explora suas águas territoriais e as riquezas potenciais que elas comportam.
A 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), um dos maiores eventos científicos do país, realizada em julho de 2010 em Natal, teve como tema central “Ciências do Mar: Herança para o Futuro”. De 25 a 30 daquele mês, dezenas de pesquisadores de instituições de todo o Brasil e agentes governamentais, entre eles representantes dos ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e do Meio Ambiente (MMA), além de militares da Marinha, apresentaram e discutiram os mais diversos aspectos relacionados ao mar.
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sábado, 16 de outubro de 2010

Matéria minha para o jornal Valor Econômico.
Histórias de sucesso no ramo da biotecnologia em geral
têm um ponto comum: começam na universidade.
Mobilização tecnológica
Por Evanildo da Silveira - Para o Valor, de São Paulo
30/09/2010

A biotecnologia no Brasil vive hoje um momento parecido com aquele que a Tecnologia da Informação (TI) experimentou há pouco mais de dez anos, quando começou um ciclo de grande desenvolvimento. Na visão de Eduardo Giacomazzi, da BrBiotec - uma rede de entidades, organizações e empresas, com foco na geração de negócios e internacionalização do setor - desde que este foi incluído pelo governo, em 2007, como uma das prioridades da política industrial, vem sendo impulsionado por ações de órgãos públicos, fundações e institutos de pesquisa, além da iniciativa privada. “Há um esforço crescente para utilizar técnicas voltadas à criação, manipulação e uso de organismos vivos, de modo a contribuir de forma efetiva na política de desenvolvimento do Brasil”, diz.
Cresce o número das micro e pequenas empresas brasileiras ativas no ramo e, entre elas, há vários pontos em comum na sua trajetória. Muitas surgiram a partir de descobertas científicas de pesquisadores em universidades ou outras instituições e da percepção deles de que a novidade poderia transformar-se num produto. Como o ambiente acadêmico não é local adequado para o empreendedorismo e a inovação tecnológica, esses cientistas resolveram virar empresários e criar suas próprias companhias. Elas começam pequenas, a maioria em incubadoras, e muitas sobrevivem e prosperam. Leia mais aqui, e acolá.

sábado, 2 de outubro de 2010

Matéria minha publicada na edição de 26 de maio de 2010, do jornal Valor Econômico. Só agora tive acesso à versão eletrônica do texto.

País precisa de mais fontes renováveis
Evanildo da Silveira, para o Valor, de São Paulo

Apesar da posição confortável de líder mundial no aproveitamento de biomassa para a geração de energia, o Brasil não está alheio ao desafio mundial de desenvolver novas fontes de energia sustentáveis para substituir os combustíveis fósseis. Órgãos governamentais, instituições de pesquisa e empresas públicas e privadas desenvolvem atualmente uma série de projetos, parte deles para melhorar o desempenho e o aproveitamento da cana-de-açúcar e parte para encontrar alternativas a essa planta.
Segundos o Balanço Energético Nacional de 2008, do Ministério das Minas e Energia, o mais recente disponível, do total da energia primária produzida no país, 51,6% provém de fontes não renováveis, com destaque para petróleo (38,7%) e gás natural (9,0%). Das fontes renováveis (48,4%), a principal contribuição é da cana com 19%, seguida das hidrelétricas (13,4%) e da lenha (12,4%).
Leia o texto principal aqui e as matérias complementares aqui e aqui. Se não conseguir abrir clique aqui, aqui e aqui.

sábado, 4 de setembro de 2010

Matéria minha publicada na edição 454, da revista Planeta.

A revolução das Células-Tronco
Apresentadas na virada do século como a panaceia para todos os males, as células-tronco têm merecido atenção multiplicada em centros de pesquisa ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Embora ainda mantenha a cautela sobre seu potencial, a maioria dos cientistas acredita que em até dez anos elas já serão uma alternativa terapêutica
Por Evanildo da Silveira
“A expectativa hoje é tão grande que, se você diz que vai tratar um paciente com células-tronco, é capaz de ele se curar sozinho.” Embora dita em tom de brincadeira, a frase da bióloga e geneticista Nance Nardi, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e uma das maiores especialistas do Brasil em células-tronco (CTs), dá bem a medida da fama e das esperanças em torno dessa nova possibilidade terapêutica. Mas é preciso cautela. Para usar um velho clichê: devagar com o andor. O santo não é de barro, é verdade, mas ainda vai demorar a fazer milagres.
Até 1999, quando as CTs foram eleitas pela revista Science o avanço científico do ano, pouca gente sabia do que se tratava. Hoje, elas estão nas páginas dos jornais e, por causa de sua capacidade de se transformar em qualquer tecido do corpo humano, trazem esperanças de recuperação para vários males. Alguns cientistas chegam a dizer que sua descoberta é tão revolucionária quanto a da penicilina. Em sua maioria, no entanto, os pesquisadores são mais cautelosos. Embora reconheçam as possibilidades que essas células abrem para a medicina, fazem questão de lembrar que ainda serão necessários muitos anos de estudos e testes até que elas possam ser usadas em tratamentos rotineiros.
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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Cultura

Matéria minha publicada na revista Brasil Canadá.
Intercâmbio literário
Mercados consumidores e oportunidades
em diferentes setores impulsionam a parceria
entre Brasil e Canadá na área editorial,
com destaque para as obras de ficção,
não-ficção e infanto-juvenil
Evanildo da Silveira

Istockphoto
Eles são poucos, mas leem muito. Distribuí­dos em um extenso território de 9,9 milhões de quilômetros quadrados os cerca de 33,5 milhões de habitantes canadenses se destacam pelo alto índice de alfabetização e de leitura - 97% sabem ler e 90% leem pelo menos um livro por mês. Apesar de a realidade brasileira ter números bem menos expressivos – a média nacional é de dois livros por pessoa/ano –, o mercado editorial do país é um dos maiores do mundo, graças à sua população de 190 milhões de habitantes e uma movimentação anual de aproximadamente R$ 2,5 bilhões. Em decorrência desses cenários, tanto o Brasil como o Canadá são considerados países estratégicos para muitas editoras, que visualizam oportunidades em diferentes setores. Para as empresas nacionais, o mercado editorial canadense tem uma série de atrativos. “Os índices de leitura são muito altos”, explica a presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Rosely Boschini. De acordo com ela, o Brasil tem grandes chances de atuar no país, já que a produção literária nacional é bem vista em terras canadenses. “Sabemos, por exemplo, que o Canadá vendeu para companhias nacionais, no período de 1997 a 2009, R$ 11,7 milhões em direitos autorais e livros impressos”, diz a presidente da CBL, com base em informações fornecidas por integrantes da comissão de empresários canadenses, que estiveram no Brasil em fevereiro desse ano. Leia mais...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Tecnologia - Engenharia Elétrica

Matéria minha para revista Pesquisa Fapesp, edição 174 - Agosto 2010.
Sem desperdício
Nova metodologia e software melhoram

o controle das perdas de energia do setor elétrico
Evanildo da Silveira
© Bel Falleiros
Todos os anos, entre as hidrelétricas e o consumidor final, nada menos de 18% – ou 80 mil Gigawatts-hora (GWh) – da energia elétrica produzida no país se perde no emaranhado de fios, transformadores, ramais de ligações e medidores que compõem as redes de transmissão. São R$ 20 bilhões de prejuízo para as empresas do setor. Com o objetivo de descobrir os ralos por onde essa energia se esvai, o professor Antonio Padilha Feltrin, do Departamento de Engenharia Elétrica do campus de Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no interior paulista, desenvolveu, com apoio da FAPESP, um sistema que analisa as perdas elétricas. A ideia era obter medidas de maneira relativamente rápida, realizar um acompanhamento e propor um plano de ação para diminuí-las. Os resultados, porém, superaram essa expectativa. O estudo deu origem também a uma metodologia e a um software para ajudar as companhias de distribuição a calcular e entender melhor como e onde ocorrem as principais perdas. Segundo Padilha, essa preocupação é relativamente antiga na engenharia elétrica. “Mas agora, com a separação no Brasil das atividades do setor elétrico em empresas de geração, de transmissão e de distribuição, o problema ganhou destaque e começamos a investigar”, explica. “Quando observamos que as perdas nas distribuidoras, que levam energia ao consumidor final, são muito maiores que nos outros segmentos e que variam muito de uma empresa para outra, despertamos para a necessidade de desenvolvimento de novas formas de calculá-las.” Leia mais...

História da Ciência

Matéria minha para a revista Problemas Brasileiros, edição 400, de julho/agosto de 2010.
Estabilidade no caminho da inovação
O principal órgão oficial de apoio à pesquisa enfim se consolida
EVANILDO DA SILVEIRA

Laboratório Nacional de Luz Síncrotron - MCT
Criado no dia 15 de março de 1985, no início do período de redemocratização do país, depois de 21 anos de ditadura, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) teve altos e baixos ao longo desses 25 anos de existência, principalmente na primeira década de vida, embora atualmente passe por uma fase de estabilidade. De seu surgimento até 1992, por exemplo, chegou a ser extinto e recriado, rebaixado ao status de secretaria e fundido com outro ministério, até retornar à condição inicial. Aos poucos, porém, foi se consolidando e hoje responde pelas políticas nacionais de sua área, além de ser indutor e financiador da maior parte das pesquisas realizadas no país. É também o encarregado da organização e coordenação dos esforços pelo desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil, tarefas antes realizadas por vários órgãos dispersos.
O atual ministro, o físico e pesquisador Sérgio Rezende, um dos mais longevos no cargo, que ocupa desde 21 de julho de 2005, faz uma avaliação positiva da trajetória do MCT nesse quarto de século de existência, e cita alguns números. “Há 25 anos o país tinha cerca de 10 mil doutores, dos quais 8 mil eram professores na pós-graduação. Hoje são mais de 80 mil e compõem o maior e mais qualificado grupo da América Latina”, diz. Em termos de produtividade científica e capacidade acadêmica, o Brasil já atingiu uma posição intermediária no mundo. “Em 2008, nossa participação na produção mundial alcançou 2,12%, reflexo do crescimento contínuo no número de artigos publicados em revistas indexadas nos últimos 20 anos. Passamos à frente de países como a Rússia e a Holanda, que têm longa tradição no setor”, acrescenta. Leia mais...

domingo, 8 de agosto de 2010

Marina Silva (PV), candidata à Presidência,
também participou da Reunião da SBPC
Por Evanildo da Silveira

Na área de ciência e tecnologia o Brasil deve apostar no reforço das universidades e dos centros de excelência e ampliar cada vez mais a base de conhecimento com os investimentos necessários. A opinião foi manifestada pela candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, durante sua participação (30/7) na 62ª Reunião Anual da SBPC – evento que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência realizou durante esta semana em Natal. Ela lembrou que o Brasil teve avanços na área nos últimos anos, passando de um investimento em ciência e tecnologia de 0,6% para 1,3% do PIB, mas precisa continuar avançando.
Assim como havia ocorrido com a candidata do PT, Dilma Rousseff, em sua passagem pele Reunião na quarta-feira, Marina recebeu do presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, um documento, elaborado em conjunto com a Academia Brasileira de Ciências (ABC), com a agenda das duas entidades para as áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação. O texto contém quatro propostas básicas. A primeira diz que o Brasil precisa de uma revolução na educação, “em todos os níveis, incluindo o ensino técnico e as diversas formas de educação superior”.
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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Brasil precisa monitorar oceano para se preparar
contra os impactos das mudanças climáticas
Por Evanildo da Silveira

Um programa sustentado de observações e monitoramento é fundamental para se entender as mudanças no Atlântico Sul e para que o Brasil se prepare para os impactos das mudanças climáticas. O alerta foi feito pelo físico Edmo Campos, professor do Instituto Oceanográfico, da Universidade de São Paulo (IO-USP), durante sua conferência Mudanças Climáticas: A Importância do Oceano, proferida ontem (28/7), na 6ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que se realiza em Natal (RN) até sexta-feira, dia 30.
Para evitar polêmicas, Campos fez um alerta antes de começar sua palestra. Um slide de sua apresentação dizia: “Atenção: A ciência discutida nesta Conferência não é fruto da imaginação ou preferência do palestrante. Ela é inteiramente baseada em pesquisas publicadas em veículos idôneos, com rigorosa política de revisão por pares.” Segundo ele, o aviso era necessário, porque muita gente ainda duvida que o planeta esteja esquentando e que o homem tenha responsabilidade nisso. Leia mais...

62ª Reunião Anual da SBPC

Técnicas de análises modernas revelam a
presença de novos contaminantes ambientais

Por Evanildo da Silveira

Graças ao desenvolvimento de novas técnicas de análises químicas e biológicas, um mundo pouco conhecido de contaminantes ambientais, alguns deles comprovadamente prejudiciais a seres vivos, está sendo revelado. São substâncias oriundas de produtos de higiene pessoal e cosméticos, fármacos, praguicidas e nanomateriais, por exemplo. Para a bióloga e especialista em toxicologia, Gisela de Aragão Umbuzeiro, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ainda é cedo, no entanto, para dizer se esses compostos podem causar problemas ao homem. Ela falou sobre o tema em sua conferência Contaminantes emergentes para a zona costeira, proferida hoje (29/7), na 62ª Reunião Anual da SBPC, que se realiza até amanhã, em Natal.
Segunda Gisela, até há pouco tempo a química estava na era do miligrama, depois passou para a do micrograma e agora chegou a do nanograma – que trabalha com a matéria na escala de moléculas e átomo. Hoje é possível detectar a presença de determinadas substâncias em concentrações ínfimas no ambiente, principalmente na água. Leia mais...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

62ª Reunião Anual da SBPC

Mais de R$ 350 mil para o
Programa Latino-Americano de Física
Por Evanildo da Silveira

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) deve liberar no próximo mês pelo menos R$ 350 mil para o Programa Latino-Americano de Física, coordenado pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) e com a participação de suas congêneres dos demais países da América Latina. O anúncio foi feito pelo chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do MCT, José Monserrat Filho, na mesa-redonda que discutiu o programa, ontem (27/7), durante a 62ª Reunião Anual da SBPC, que se realiza em Natal até sexta-feira, dia 31.
Segundo o presidente da SBF, Celso Pinto de Melo, que coordenou a mesa, o objetivo principal do programa é a integração das comunidades de Física do continente. O início do processo para isso foi a realização, nos dias 25 e 26 de fevereiro deste ano, em Brasília, do primeiro encontro das sociedades de Física da América Latina, que contou com o apoio, além do MCT e da SBF, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). “Com a participação de representantes de 12 países, durante os dois dias de debates foram discutidas diversas maneiras de incrementar a cooperação entre as diferentes comunidades de Física da região”, contou Melo. Leia mais...

62ª Reunião Anual da SBPC

SBPC e ABC entregam a Dilma Rousseff
carta com propostas das duas entidades
Por Evanildo da Silveira

Para que o Brasil dê um passo decisivo na direção de deixar de ser emergente e se tornar um país desenvolvido, com uma sociedade inclusiva e mais igual, precisa, de um lado, de educação e, de outro, de ciência, tecnologia e inovação. A ideia foi defendida hoje (28/7) pela candidata da coligação PT-PMDB à Presidência da República, Dilma Rousseff, durante sua participação da 62ª Reunião da Anual da SBPC - evento que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência realiza até 30 de julho no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal (RN).
Antes de iniciar seu discurso para um auditório lotado, a ex-ministra recebeu dos presidentes da SBPC, Marco Antonio Raupp, e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, uma carta com a agenda das duas entidades para as áreas de educação, ciência, tecnologia e inovação. Lido por Raupp, o documento, com quatro propostas, diz, em seu primeiro item, que o Brasil precisa de uma revolução na educação, “em todos os níveis, incluindo o ensino técnico e as diversas formas de educação superior”. Leia mais...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

62ª Reunião Anual da SBPC

Acidentes com serpentes matam 4,4 mais que a dengue
Por Evanildo da Silveira

Todos os anos, cerca de 2,5 milhões de pessoas são picadas por cobras no mundo, das quais de 85 mil morrem (4,4 vezes mais do que as 19 mil mortes causadas pela dengue) e 250 mil ficam com sequelas. Por causa disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu, no ano passado, os acidentes com serpente na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN), da qual fazem parte outras 14 enfermidades. A medida é um avanço, mas deveria ter sido adotada antes, na opinião da pesquisadora Denise Tambourgi, do Instituto Butantan, que apresentou, hoje (27/07), a conferência Acidentes por animais peçonhentos: doença negligenciada afetando países em desenvolvimento, durante a 62ª Reunião Anual da SBPC – evento que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência realiza até 30 de julho no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal (RN).
Para a especialista, essa demora é uma questão para reflexão. “Por que os acidentes com serpentes, uma enfermidade que causa enorme sofrimento e mata centenas de milhares de homens, mulheres, crianças, a cada ano, não foi incluída há mais tempo na agenda global de saúde?”, indagou. “Nenhuma outra doença de importância similar é tão intimamente associada a condições de pobreza em ambientes rurais e ao trabalho na agricultura”. Leia mais...

62ª Reunião Anual da SBPC

Ministro da C&T assina, na reunião da SBPC,
autorizações para o lançamento de editais
Por Evanildo da Silveira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar ainda nesta semana a liberação pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) de cerca de R$ 173 milhões, para o lançamento de mais 10 editais de pesquisas em Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs). As autorizações para o lançamento dos editais foram assinadas pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Machado Rezende, na abertura da 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), ocorrida ontem à noite em Natal (RN). Com o novo valor liberado, os recursos disponíveis em 2010 para editais da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) somam agora cerca de R$ 865 milhões.
Desse total, a Finep está autorizada a lançar editais no valor total de R$ 335 milhões, além de uma chamada pública para concessão de Subvenção Econômica para empresas de R$ 500 milhões. Os outros R$ 30 milhões são por conta do CNPq. Entre as áreas contempladas pelos novos editais estão recursos hídricos, construção naval e transporte aquaviário. Somadas as ações em curso e novas da Finep em 2010, implementadas por meio de editais e ações diretas (encomendas) para as ICTs, chegam a R$ 1,4 bilhão. No caso do CNPq, essa quantia totaliza R$ 913 milhões. Leia mais...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

62ª Reunião Anual da SBPC

Estou cobrindo a 6ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada nesta semana em Natal. Cidade que, orgulham-se os natalenses, tem 357 dias de sol por ano. Pois nesta semana está chovendo por aqui. Abaixo a primeira matéria que fiz, para o site da própria SBPC:
SBPC defende institutos de pesquisas como entidades
principais para o desenvolvimento tecnológico do país

O Brasil precisa de um modelo de desenvolvimento que faça a aliança entre o conhecimento científico e a economia, no qual a ciência realmente seja projetada nas atividades econômicas e que leve benefícios mais direta e mais rapidamente à sociedade. A ideia foi defendida pelo presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, durante a abertura da 62ª Reunião Anual da entidade, ocorrida ontem à noite, em Natal (RN). Para isso, ele considera imprescindível o fortalecimento dos institutos de pesquisa, que são os entes mais apropriados para fazer a intermediação do conhecimento científico com o sistema produtivo.

Raupp ressalvou, no entanto, que as universidades não devem ser menosprezadas nesse processo. “Naturalmente que as universidades são parte importante no sistema que contempla a ciência como fator de geração de riqueza”, explicou. “Não podemos nos esquecer, porém, que o papel fundamental da universidade é a formação de profissionais qualificados, para satisfazer às diversas demandas da sociedade, além da realização de pesquisa científica que contribua para a evolução do conhecimento em suas mais diferentes áreas.” Para o presidente da SBPC, em resumo, a universidade tem de estar sempre pronta para interagir com os grandes desafios do pensamento e promover e disseminar o conhecimento. Leia mais...

sábado, 3 de julho de 2010

Biotecnologia: Transgênicos

Matéria minha publicada na edição 399, de maio/junho de 2010, da revista Problemas Brasileiros.

As fábricas vivas de medicamentos
Cresce o uso de animais transgênicos
para produção de remédios
EVANILDO DA SILVEIRA

Camila e Tinho, trangênicos
Em 2008, chegou às prateleiras das farmácias da Europa o primeiro medicamento produzido graças à utilização de animais transgênicos. Trata-se do ATryn, nome comercial da nova droga, indicada para tratar o tromboembolismo (ou trombose), doença provocada pela formação de coágulos no interior dos vasos sanguíneos. O antitrombótico é fabricado pela empresa americana Genzyme Transgenics Corporation (GTC) e distribuído pela dinamarquesa LEO Pharma para toda a Europa e o Canadá. É o resultado pioneiro de uma nova tecnologia – no caso, uma biotecnologia –, a transgenia, que começa a se consolidar no mundo todo, inclusive no Brasil. Pelo menos dez grupos de pesquisa no país estão criando cabras, vacas, galinhas, camundongos e até peixes transgênicos para a produção de medicamentos, o desenvolvimento de doenças humanas em animais para pesquisas ou o melhoramento genético de espécies de interesse econômico.
Transgenia nada mais é do que a inserção no genoma de um organismo, por meio de técnicas de engenharia genética, de um ou mais genes de outro indivíduo, que pode ser da mesma ou de espécie diferente da do receptor. Com essa tecnologia é possível, por exemplo, introduzir genes de porcos em seres humanos ou de vírus ou bactérias em plantas. Aquele que recebe o gene adquire características que antes não tinha. O uso dessa tecnologia começou em 1982, quando pesquisadores americanos das universidades de Washington, Pensilvânia e Califórnia produziram um camundongo (Mus musculus) que tinha o gene do hormônio de crescimento de um rato (Rattus rattus), que é uma espécie diferente. Como resultado o camundongo cresceu mais que o normal.
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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Engenharia da Computação

Matéria minha publicada na edição impressa 172, de junho de 2010, da revista Pesquisa Fapesp.
Código vegetal
Um sistema para identificação
automática de frutas e legumes
Evanildo da Silveira

© montagem sobre fotos de eduardo cesar
O tempo gasto pelo caixa de um supermercado de Campinas para localizar numa lista impressa os códigos referentes a frutas e legumes chamou a atenção do professor de ciên­cia da computação Anderson de Rezende Rocha, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Enquanto os produtos com códigos de barra em suas embalagens eram registrados rapidamente, a identificação daqueles vegetais atravancava o andamento da fila. Surgiu ali a ideia de desenvolver um sistema capaz de distinguir esse tipo de produto vendido a granel, difícil de ser identificado pelo leitor eletrônico do caixa porque não possui um código.
A solução encontrada por Rocha em conjunto com os pesquisadores Daniel Hauagge, Jacques Wainer e Siome Goldenstein, também do Instituto de Computação da Unicamp, foi desenvolver um sistema, com uma câmera instalada sobre a balança do caixa, para analisar imagens do produto a ser classificado. A invenção leva em consideração diversos tipos de informação, como, por exemplo, cor, forma, textura, silhueta, aparência de frutas e legumes, e combina-os de maneira a criar um discriminador poderoso para cada um desses produtos. O software desenvolvido por eles é capaz de diferenciar os vários vegetais a partir da combinação de características de cada um. Leia mais...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Especial Alumínio

Matéria minha publicada no jornal Valor Econômico em 18/05/10.
Mercado Percentual de embalagens usadas para bebidas não tradicionais mais que dobra em 12 anos
‘Latinhas’ e ‘latões’
elevam participação
Evanildo da Silveira
Para o Valor , de São Paulo

Renault Castro - Foto: RUY BARON/VALOR
Com um mercado que cresceu 11,7% em 2009, as empresas fabricantes de latas de alumínio para bebidas instaladas no Brasil planejam grandes investimentos em 2010, para atender à crescente demanda. Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas), Renault Castro, no total, o setor investirá cerca de R$ 700 milhões na instalação de novas fábricas e na ampliação de algumas já existentes. Com isso, a capacidade de produção passará de 16,8 para 24,1 bilhões de latinhas por ano até o primeiro trimestre de 2011. Nos investimentos também estão incluídos os gastos no desenvolvimento de novas tecnologias e formatos de latas. Leia mais...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Engenharia Elétrica

Outra matéria minha publicada na edição impressa 171, de maio de 2010, da revista Pesquisa Fapesp.
Plástico de luz
Polímeros luminescentes são cotados
para substituir telas de LCD
Evanildo da Silveira
© eduardo cesar
Uma das mais conhecidas propriedades dos polímeros – materiais que englobam os plásticos em geral – é a capacidade de isolamento elétrico, o que os torna amplamente usados para encapar fios, evitando choques e curtos-circuitos. Em meados dos anos 1970, uma descoberta feita por pesquisadores japoneses e norte-americanos veio mostrar que isso não vale para todos os tipos desses materiais. Alguns têm a habilidade de conduzir eletricidade e são cotados para substituir com vantagens as telas de TV e computadores em LCD ou plasma, além de poderem ser usados em transistores e células solares e outros dispositivos eletrônicos. Esses novos polímeros condutores de eletricidade fazem parte de uma linha de pesquisa de vários grupos no mundo, inclusive no Brasil com pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Liderados pelo professor Adnei Melges de Andrade, do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP, eles integram o Grupo de Eletrônica Molecular (GEM).
Os pesquisadores trabalham principalmente com o Polymer Organic Light-Emitting (Pled) e o Organic Light-Emitting Diode (Oled), dois tipos de diodos emissores de luz (LED na sigla em inglês) diferentes dos comercializados hoje – produzidos com material semicondutor inorgânico – por serem orgânicos, porque compostos basicamente com moléculas de carbono. O grupo trabalha também no desenvolvimento de outros dispositivos, como transistores de filme fino, células solares orgânicas e sensores. Leia mais...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Nanotecnologia

Matéria minha publicada na edição impressa 171, de maio de 2010, da revista Pesquisa Fapesp.
Eletricidade do aperto
Pesquisadores desenvolvem material
que gera energia elétrica quando pressionado
Evanildo da Silveira
© eduardo cesar
Os irmãos Pierre e Jacques Currie, físicos franceses, descobriram em 1880 a propriedade que alguns materiais minerais têm de gerar corrente elétrica quando deformados por uma pressão mecânica, fenômeno que ganhou o nome de piezoeletricidade. Essa descoberta originou várias aplicações comerciais, desde o luminoso da sola de tênis infantil até aplicações em equipamentos de ultrassonografia e de litotripsia, procedimento médico para quebrar pedras de rins ou vesícula. Mas em tempos de preocupações ambientais e energéticas um uso baseado na piezoeletricidade ganha corpo entre pesquisadores: o de produzir energia elétrica por meio de uma fonte inesgotável que não polui. É o que vêm fazendo, por exemplo, dois professores da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O físico Walter Katsumi Sakamoto, do Departamento de Física e Química da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (Feis), e a química Maria Aparecida Zaghete Bertochi, do Departamento de Bioquímica e Tecnologia Química, do Instituto de Química (IQ) do campus de Araraquara, com apoio financeiro da FAPESP, estão trabalhando na criação de um material capaz de aproveitar a força mecânica gerada pelo tráfego de veículos em uma rua, por exemplo, para obter eletricidade. Trata-se de um filme, chamado tecnicamente de compósito, feito da mistura de um polímero com partículas nanométricas – medidas equivalentes a um milhão de vezes menores que um milímetro – de cerâmica, que pode ser colocado sob o asfalto e, ao sofrer uma pressão, se deforma gerando corrente elétrica. Leia mais...

sábado, 8 de maio de 2010

Anfíbios

Matéria minha publicada na mais recente edição da revista Planeta.
Os mestres da adaptação
podem desaparecer
Nada menos do que 30% da mais recente lista
de espécies ameaçadas na Terra é composta por anfíbios
Por Evanildo da Silveira
Foto: Shutterstock
Eles são campeões na capacidade de adaptação, mas mesmo assim estão em perigo. Os anfíbios apareceram na Terra antes dos dinossauros, há 360 milhões de anos, sobreviveram a eles, viveram sob climas diferentes, superaram catástrofes naturais e continuaram a se multiplicar enquanto outros ramos da vida se extinguiam. Mas, agora, parece que estão perdendo a luta pela permanência no planeta. Populações e espécies desse grupo de animais vêm escasseando, estão sob ameaça de extinção ou até mesmo ndesapareceram. Segundo dados da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês), divulgados em novembro do ano passado, os anfíbios são a classe de vertebrados mais ameaçada de extinção.
Os números constam da Lista Vermelha da IUCN, considerada a avaliação mais conceituada e séria sobre o estado dos organismos que vivem na Terra. Das 47.600 espécies que fazem parte da lista, cerca de 18 mil correm sério risco de extinção, e dessas nada menos do que 30% correspondem a anfíbios. Das 6.200 espécies desse grupo relacionadas na Lista Vermelha, por volta de 1.900 estão em perigo de extinção – 33 das quais no Brasil. “No mundo, 37 já foram extintas e duas não vivem mais na natureza, sendo representadas por apenas alguns indivíduos em cativeiro”, mconta a bióloga Vanessa Verdade, da Universidade de São Paulo (USP). “No nosso país, a única espécie considerada extinta é a Phrynomedusa fimbriata (perereca-verde).” Leia mais...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Energia Solar

Matéria minha publicada na revista Problemas Brasileiros, edição 398, de março/abril de 2010.

Uma fonte limpa e inesgotável
Cresce no mundo o aproveitamento
energético da radiação solar
EVANILDO DA SILVEIRA
Cepel/Divulgação

Todos os dias o Sol envia à Terra 10 mil vezes mais energia do que a humanidade consome. Só no Brasil, chega o equivalente a 145 mil usinas de Itaipu. É uma enorme reserva, mas ainda pouco aproveitada em todo o mundo. Considerando todo o planeta, a potência instalada dos painéis fotovoltaicos – que transformam a radiação solar em eletricidade –, segundo dados de 2008, é de 13,4 mil megawatts (MW). Quase nada se comparada à das usinas hidrelétricas. Só a de Itaipu, por exemplo, tem potência maior – 14 mil MW. No Brasil, o aproveitamento é ainda menor. O país não produz células solares, e o total instalado mal chega aos 15 MW. A situação, porém, começa a mudar. Em termos mundiais, o uso da energia solar vem crescendo a um ritmo de 70% a 80% ao ano – uma Itaipu a cada dois anos.
E o melhor é que se trata de uma fonte literalmente inesgotável – pelo menos pelos próximos 5 bilhões de anos, tempo durante o qual se prevê que o Sol ainda brilhará. Enquanto esse dia não chega, ele pode ser comparado a uma gigantesca central nuclear – dentro da qual caberiam mais de 1 milhão de Terras –, que transforma hidrogênio em hélio, liberando uma quantidade colossal de energia, em forma de radiação eletromagnética. Só um bilionésimo dela chega a nosso planeta, oito minutos depois de ser liberada da estrela. É o suficiente, entretanto, para manter a vida na Terra. Leia mais...

sábado, 17 de abril de 2010

Engenharia eletrônica

Mais uma matéria minha publicada na revista Pesquisa Fapesp.
A luz que fala
Aparelho destinado a deficientes visuais identifica e

comunica nomes de cores e dinheiro
Evanildo da Silveira
Edição Impressa 169 - Março 2010
© miguel boyayan
Um pequeno aparelho com 12 centímetros (cm) de comprimento por 6,5 cm de largura e 5 cm de altura, pesando não mais do que 100 gramas, poderá ser uma alternativa para melhorar a qualidade de vida dos cerca de 5 milhões de brasileiros com deficiências visuais mais complicadas como a cegueira. Trata-se de um identificador de cores e notas de dinheiro, capaz de emitir o nome de 40 tonalidades diferentes por meio de gravações e de cédulas de real em circulação. Batizado de Auire, que significa algo como “oi” ou “olá” na língua dos índios javaés, que vivem no estado de Tocantins, o equipamento foi desenvolvido pelos jovens engenheiros de computação Fernando de Oliveira Gil e Nathalia Sautchuk Patrício, alunos de mestrado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). O projeto deles é finalista da competição internacional Unreasonable Finalists Marketplace, organizada pelo Instituto Unreasonable para premiar projetos sociais de grande impacto em todo o mundo. Essa instituição é liderada por quatro jovens empresários, ex-alunos da Universidade do Colorado, na cidade de Boulder, nos Estados Unidos, que trabalham com empreendedorismo social em projetos que possam receber apoio de capital de risco, ser sustentáveis e ter boas perspectivas de mercado. Leia mais...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Matéria minha publicada na edição de março de 2010, da revista Planeta.
Litoral Brasileiro
Uma linha em perene mutação
Evanildo da Silveira

O litoral brasileiro tal como se conhece hoje surgiu há 7 mil anos, depois da última glaciação. A linha costeira do País, que se estende por 8,5 mil quilômetros, não é assim tão imutável como costuma aparecer nos mapas. Ela sofre pequenas alterações ao longo do tempo. Em alguns pontos, avança continente adentro, abrindo caminho para a invasão do mar. É a erosão. Em outros, empurra o oceano, alargando as praias. É a progradação. É um vaivém eterno, que pode ter como origem causas naturais ou ação do homem, que, com suas cidades e construções, ocupa área vulneráveis. Essa situação tende a se agravar com o aquecimento global, que não só fará o nível do mar subir, alagando áreas baixas da costa, como alterará o fluxo e o sentido de correntes marinhas e intensificará e aumentará a frequência de fenômenos como tempestades e furacões. Leia mais...

sexta-feira, 19 de março de 2010

Especial Crodowaldo Pavan

Mais uma matéria minha do encarte especial da revista Pesquisa Fapesp sobre o geneticista Crodowaldo Pavan.
Um ambiente favorável à genética
Crodowaldo Pavan contribuiu de modo marcante
para o avanço da ciência no Brasil
Evanildo da Silveira
Edição Impressa 168 - Fevereiro 2010
© Acervo Hans Burla/Comissão Memória IB-USP

Pavan ao volante do Ford Mercury com Brito da Cunha ao lado e Sophie Dobzhansky (atrás) durante trabalho de campo no litoral

Em 2009 o Brasil perdeu um de seus mais destacados cientistas. Vítima de falência múltipla de órgãos e sistemas, causada por um câncer e um infarto anteriores, o biólogo e geneticista Crodowaldo Pavan morreu no dia 3 abril, aos 89 anos, no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), na qual fez a maior parte de sua bem-sucedida carreira. Nascido em Campinas, graduado em história natural pela USP em 1941, Pavan foi um dos fundadores da genética no Brasil. Ao longo de uma trajetória científica de mais de meio século, realizou descobertas importantes, que resultaram em trabalhos publicados com repercussão internacional, além de ter formado dezenas de pesquisadores no Brasil e nos Estados Unidos e dirigido algumas das instituições científicas mais prestigiadas do país. Leia mais...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Especial Crodowaldo Pavan

Mais uma matéria minha do encarte especial da revista Pesquisa Fapesp sobre o geneticista Crodowaldo Pavan.
A institucionalização da pesquisa
Dreyfus, Dobzhansky e Pavan foram importantes
para o desenvolvimento da genética
Evanildo da Silveira
Edição Impressa 168 -
Fevereiro 2010
© Acervo Comissão Memória IB-USP
O biólogo Luiz Edmundo Magalhães costuma dizer que seu orientador teve três anjos da guarda ao longo da carreira: André Dreyfus (na foto, de óculos escuros), Harry Miller Jr. e Theodosius Dobzhansky. Parafraseando Magalhães, pode-se dizer que a genética animal no Brasil teve quatro, se não anjos da guarda pelo menos grandes impulsionadores: os três citados por ele mais o próprio Pavan. Eles não foram os primeiros a realizar pesquisa na área no país, mas seguramente estão entre os que mais contribuíram para desenvolvê-la e, mais do que isso, para institucionalizá-la. De uma forma ou de outra, os quatro estiveram envolvidos na criação de cursos, cátedras, linhas de pesquisa e associações que congregam os geneticistas do país, como a Sociedade Brasileira de Genética (SBG), por exemplo. Leia mais...

terça-feira, 9 de março de 2010

Especial Crodowaldo Pavan

Matéria minha publicada num encarte especial da revista Pesquisa Fapesp, em homeangem ao geneticista Crodowaldo Pavan, morto em 2009.
A queda de um dogma
Pavan demonstrou que o número de genes
não é constante nas células
Evanildo da Silveira
Edição Impressa 168 - Fevereiro 2010
© Eduardo César
Como costuma ocorrer com muitas descobertas científicas, a mais importante realizada por Crodowaldo Pavan foi por acaso. Em uma de suas excursões para coletas de drosófilas (a mosca-de-frutas, organismo modelo para pesquisa em genética), no fim dos anos 1940, numa plantação de bananas em Mongaguá, no litoral sul de São Paulo, Pavan deu um chute numa bananeira caída e, embaixo dela, descobriu um bolo do que supôs ser vermes. O hábito e o instinto de cientista o fizeram levá-los para o laboratório. Descobriu que, na verdade, eram larvas de uma mosca do gênero Rhynchosciara, que mais tarde lhe permitiria descobrir o fenômeno da amplificação gênica, que derrubou um dogma da biologia, a constância do DNA. Leia mais...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Negócios sustentáveis - Gestão

Matéria minha para o jornal Valor Econômico:
Empresas apostam em
tecnologias menos poluentes

Indústrias no Brasil investem em alternativas
verdes como os programas de reflorestamento
Evanildo da Silveira
Para o Valor, de São Paulo

Nelson Pereira dos Reis
Plásticos biodegradáveis feitos a partir de material renovável, fluido para ar condicionado de veículos que não agride a atmosfera, aditivo para combustíveis que contribui para a redução das emissões de gases efeito estufa, motores automotivos menores, mas com maior eficiência e desempenho e um carro movido a energia elétrica, feito com componentes renováveis, como o sisal e o óleo de soja reciclado. Essas são algumas das tecnologias verdes que já estão no mercado ou sendo desenvolvidas por empresas brasileiras. Isso demonstra a preocupação das empresas com as mudanças climáticas.
Para Nelson Pereira dos Reis, diretor do departamento de meio ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o setor produtivo do país se destaca no cenário mundial nessa questão. “Podemos dizer com segurança que nossas indústrias estão em um patamar bastante destacado em comparação a outros países, inclusive com os desenvolvidos”, diz. “Em termos gerais, 98% das empresas possuem treinamento ambiental de seus empregados, 42% utilizam fontes renováveis de energia e 56% têm programas de reflorestamento.”
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Engenharia Naval

Matéria minha publicada na mais recente edição da revista Pesquisa Fapesp.
Ensaio marinho
Laboratório amplia o estudo de projetos de
embarcações para exploração de petróleo
Evanildo da Silveira
Edição Impressa 168 - Fevereiro 2010
© eduardo cesar
Ao longo da costa brasileira, no fundo do oceano, repousam grandes depósitos de gás e petróleo, principalmente na Região Sudeste do país onde tudo indica que foram encontradas grandes reservas na camada pré-sal. Retirá-los de lá requer estruturas flutuantes – plataformas e navios – e sistemas submarinos com tecnologia de última geração e muito caros. Para saber se vão funcionar a contento e se o dinheiro investido não será perdido, esses equipamentos antes de serem construí-dos e lançados ao mar precisam passar por testes de validação em tanques virtuais formados por computadores e em tanques de provas físicos semelhantes a piscinas, duas formas de experimento que estão reunidas desde dezembro na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Batizado de Tanque de Provas Numérico (TPN), o laboratório vir-tual da Poli existe desde 2002 por meio de uma parceria com a Petrobras. Em 2006, o TPN se tornou um dos quatro nós da Rede Temática de Computação Científica e Visualização, conhecida como Rede Galileu – os outros três estão nas universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Alagoas (UFAL) e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Fazem parte ainda da Galileu outras 10 universidades e instituições de pesquisa. Leia mais...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Nanotecnologia

Matéria minha, publicada na revista Planeta.
A revolução das máquinas anãs
A produção de objetos na escala de átomos e moléculas surgiu há poucas décadas e seu desenvolvimento tem despertado enorme interesse em áreas como a medicina. A participação brasileira nesse segmento ainda é modesta, mas já oferece perspectivas animadoras
Por Evanildo da Silveira
Há uma revolução tecnológica à vista. Dois mil e quinhentos anos depois de os gregos terem levantado a hipótese de que todas as coisas são feitas de partículas fundamentais, indivisíveis – os átomos –, o homem começa agora a fazer “coisas” com elas. É a nanotecnologia, que muita gente pensa que se trata de ficção ou de algo para um futuro distante. É engano. A humanidade já desfruta de seus resultados. Vidros e cerâmicas autolimpantes, tecidos que não mancham, remédios que circulam pela corrente sanguínea até chegar ao órgão doente, língua eletrônica mais sensível que a humana na distinção de sabores e embalagens comestíveis para alimentos. Essas são apenas algumas das novidades que já existem ou estão prestes a chegar ao mercado, frutos do desenvolvimento dessa nova área de pesquisa. Leia mais...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Política científica

Mais uma matéria minha publicada na revista Problemas Brasileiros.

Inovar é preciso, educar mais ainda
O desafio tecnológico brasileiro é transformar conhecimento em riqueza
EVANILDO DA SILVEIRA

Ilustração: Rolando Maver
Com 30.451 artigos científicos publicados em 2008, o Brasil passou da 15ª para a 13ª posição no ranking dos países com maior volume de produção acadêmica. Esse número representa 2,12% do total mundial. À primeira vista, esses dados poderiam parecer algo bom. Em parte de fato são. Isso significa que o país tem uma comunidade científica respeitável e produz ciência de qualidade. Esse, no entanto, é apenas um lado da questão. O outro é que isso não está sendo transformado, como deveria, em tecnologia, em produto, ou seja, em riqueza e benefícios para a sociedade. Leia mais...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Engenharia naval

Matéria publicada na edição impressa 166, de dezembro 2009, da revista Pesquisa Fapesp.
Navegação garantida
IPT moderniza laboratório para testes
e ensaios de projetos de embarcações
Evanildo da Silveira

© eduardo cesar
Antes da construção em um estaleiro, os projetos das grandes embarcações, como os navios, passam por testes e ensaios em laboratórios de engenharia naval. Um dos mais importantes do Brasil, o do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), acaba de passar por uma reformulação que o transformou num dos mais modernos do mundo. Inaugurado em 1956, quando o país começou a se tornar capaz de construir grandes navios, e ampliado em 1980, o laboratório do IPT possui um tanque de provas com 280 metros (m) de comprimento, por 6,6 m de largura e 4,5 m de profundidade. Um equipamento que produz ondas deixa o tanque parecido com um mar em miniatura, por onde navegam navios em escala reduzida na forma de maquetes de até 5 m de comprimento. Vários aparelhos instalados ao longo do tanque testam e analisam parâmetros da navegação como velocidade, comportamento nas ondas e resistência da água. Leia mais aqui ou em PDF.