Foto: Eduardo Cesar

Em 1729 o astrônomo francês Jean Jacques d’Ortous de Mairan fez uma descoberta importante em biologia. Ao lado da luneta que usava para observar os astros, ele mantinha um vaso com a planta Mimosa pudica, a popular sensitiva ou dormideira, que fecha suas folhas miúdas quando alguém as toca. De Marian notou que nem sempre era preciso roçar suas folhas para que se recolhessem – à noite se fechavam naturalmente e voltavam a abrir-se quando o dia clareava. Por curiosidade, ele colocou a planta em baú fechado, que guardou em um porão escuro. Para sua surpresa, mesmo sem luz ela continuava a abrir e fechar suas folhas como se preservasse uma memória da duração do dia e da noite. Um século e meio mais tarde o botânico alemão Wilhelm Pfeffer concluiria que os movimentos da Mimosa pudica na escuridão constante tinham origem em um mecanismo interno da planta: o chamado relógio biológico, um conjunto de genes, proteínas e outras moléculas que regula o ritmo de fenômenos físicos e químicos – a exemplo do movimento das folhas, a abertura das flores ou a produção de açúcares (fotossíntese) – e os mantém em sincronia com mudanças no ambiente como a duração do dia ou a mudança das estações do ano.
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