sexta-feira, 13 de março de 2009

Relógio biológico

De vez em quando faço alguns frilas para a Revista Pesquisa Fapesp. A matéria abaixo, publicada na edição de outubro de 2008, é um exemplo.

Engrenagens do tempo
Biólogos do Brasil e da Inglaterra detalham a composição
e o funcionamento do relógio biológico das plantas
Evanildo da Silveira

Foto: Eduardo Cesar
Em 1729 o astrônomo francês Jean Jacques d’Ortous de Mairan fez uma descoberta importante em biologia. Ao lado da luneta que usava para observar os astros, ele mantinha um vaso com a planta Mimosa pudica, a popular sensitiva ou dormideira, que fecha suas folhas miúdas quando alguém as toca. De Marian notou que nem sempre era preciso roçar suas folhas para que se recolhessem – à noite se fechavam naturalmente e voltavam a abrir-se quando o dia clareava. Por curiosidade, ele colocou a planta em baú fechado, que guardou em um porão escuro. Para sua surpresa, mesmo sem luz ela continuava a abrir e fechar suas folhas como se preservasse uma memória da duração do dia e da noite. Um século e meio mais tarde o botânico alemão Wilhelm Pfeffer concluiria que os movimentos da Mimosa pudica na escuridão constante tinham origem em um mecanismo interno da planta: o chamado relógio biológico, um conjunto de genes, proteínas e outras moléculas que regula o ritmo de fenômenos físicos e químicos – a exemplo do movimento das folhas, a abertura das flores ou a produção de açúcares (fotossíntese) – e os mantém em sincronia com mudanças no ambiente como a duração do dia ou a mudança das estações do ano.
Séculos depois dos primeiros experimentos, uma série de estudos recentes conduzidos na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, com a participação de um pesquisador brasileiro, traz uma nova compreensão sobre o funcionamento e a composição do relógio biológico das plantas. Leia mais...

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