segunda-feira, 30 de março de 2009

Amazônia, para que serve?

O Brasil precisa decidir o quer fazer com a Amazônia, preservar a floresta em pé ou transformá-la área de pastagens e agricultura. E, quem sabe, no futuro, uma imensa savana ou até mesmo um deserto. Apesar de se falar muito na região e dos inúmeros planos e projetos para ela, a verdade é que o país ainda não tem uma política definida para aquela imensa área, que ocupa mais da metade de seu território. Com mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, ou cerca de 60% do território nacional, a Amazônia Legal é uma vasta região ainda a espera de um modelo de desenvolvimento. Séculos depois de ter rompido a linha do Tratado de Tordesilhas e conquistado aquele território, o Brasil ainda não sabe exatamente o que quer dele. O quase consenso é a idéia de que a região detém uma enorme riqueza. Não são poucas as pessoas, no Brasil e no exterior, que estão convencidas de que, na imensidão da floresta amazônica, onde se abriga a maior biodiversidade do mundo, se esconde a cura de doenças como a aids e o câncer, além de outras riquezas, como minerais, madeira e água.
Pode até ser, mas para chegar a esse ouro verde, conhecer e usufruir o que hoje é apenas riqueza potencial, é preciso muito trabalho duro e investimento em pesquisas. Mais do que isso: antes de pensar em tirar proveito das potencialidades da região, o Brasil tem que decidir o que quer da Amazônia. Para o biólogo americano Charles Clement, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (
Inpa), há 28 anos no Brasil, é preciso definir qual é o modelo de desenvolvimento mais apropriado para a região. “É com a floresta em pé ou com campos agrícolas, plantação de soja, criação de gado ou exploração da madeira?”, indaga. “Se for com a floresta em pé é preciso investir muito mais em pesquisa do que se investe hoje.”
Leia mais aqui, na matéria de capa da edição 377 que escrevi para Revista Problemas Brasileiros.
Nos próximos dias este blog vai discutir esta questão.

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