terça-feira, 24 de março de 2009

Médico virtual

Quem já não pesquisou na internet sobre doenças ou algum problema de saúde pelo qual estivesse passando? Eu, por exemplo, sou useiro e vezeiro em fazer isso. Acho que a informação sobre uma eventual doença pode me tranqüilizar ou, no mínimo, chegar mais preparado ao médico. Claro que pode ocorrer o contrário, e o resultado da pesquisa me deixar mais apavorado ainda, me convencendo de que estou com o pé na cova. Pois este tipo de atitude – buscar informações sobre doenças na internet – é muito comum. Tanto que já chamou a atenção de vários pesquisadores da área médica. Um exemplo recente vem das médicas Helena Beatriz da Rocha Garbin e Maria Cristina Rodrigues Guilam e do historiador André de Faria Pereira Neto, todos da Fiocruz. Eles fizeram uma pesquisa bibliográfica, analisando 15 artigos publicados entre 1997 e 2006 nos periódicos britânicos Social Science and Medicine e Sociology of Health & Illness sobre o que eles chamam de “pacientes experts”. Os três concluíram que os autores dos artigos analisados se dividem em três grupos: aqueles que acreditam que pacientes melhor informados valorizam o papel do médico; os que pensam o contrário, isto é, que o levam à “desprofissionalização”; e aqueles que não têm posição consolidada, que pensam que o fenômeno é um desafio para os profissionais da medicina. É uma boa discussão. O artigo A internet, o paciente expert e a prática médica: uma análise bibliográfica, dos três pesquisadores da Fiocruz, pode ser lido na íntegra aqui.

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